Em entrevista aos jornalistas logo após a leitura da sentença, ela disse que viu "com muita frustração" a decisão dos jurados. "Foi uma decisão por maioria de votos, na verdade por diferença de um voto, e isso não reflete a vontade da sociedade brasileira. Não é essa a vontade da sociedade brasileira."
A advogada informou ainda que "o recurso já foi interposto", ou seja, que já comunicou seu interesse em questionar a sentença. "Na minha defesa nada deu errado. São sete jurados que decidem, não tenho condição de controlar o entendimento de nenhum deles."
Sobre a possibilidade de uma anulação, ela respondeu: "Eu acredito que é possível a anulação do julgamento sim porque há uma decisão manifestamente contrária à prova dos autos. Eu não posso ter um crime qualificado quando eu tenho policiais nessa tropa feridos".
Questionada sobre a absolvição do coronel Ubiratan Guimarães em 2006 e sobre a presença do ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho e do ex-secretário de Segurança P Pedro Franco de Campos como testemunhas no julgamento, a advogada respondeu: "É um despropósito jurídico, e infelizmente eu posso dizer que esse é o cunho político do julgamento, que é exatamente o que eu nunca quis."
Inicialmente, os réus eram julgados pela morte de 15 presos. No entanto, a Promotoria pediu a retirada de dois homicídios do processo porque os presos tinham ferimentos por arma branca e não por tiros. A pena para cada um dos PMs foi dada com base no mínimo de anos previsto no Código Penal para homicídios, que é de 12 anos --número multiplicado pelo total de mortes.